quarta-feira, 1 de junho de 2011

Saúde pública: SALVE-SE QUEM PUDER!

           Eu vou dizer aqui o que nossos políticos poderão levar 100 anos para descobrirem e 200 para fazerem. E o que a sociedade pode demorar 50 anos para cobrar.
           O problema na saúde não é falta de verba, mas sim de inteligência. Entendamos inteligência como excelência na gestão. Não devemos olhar o preço do produto, mas sim a necessidade dele. O Brasil sofre na área de saúde porque olha o gasto da saúde e não a urgente necessidade. Porque saúde deve ser prioridade número 1 do governo. Sem saúde não há povo, sem povo não há nação. Um governo que não consegue administrar com excelência a saúde pública desrespeita os direitos humanos. E até aqui nenhum governo conseguiu a excelência. Logo, é algo novo, um grande desafio, mas não estamos vendo propostas concretas de soluções para essa área. Porque a emenda 29 é apenas uma solução no escuro. Não basta dar bilhões a mais, pois é preciso saber exatamente de quantos bilhões precisamos para termos uma saúde pública de qualidade.
           As soluções são simples, mas têm um preço. Se o governo tiver coragem de pagar o preço, usando o dinheiro dos impostos, alcançaremos excelência na gestão de saúde pública.

1. Infra-estrutura

Todo mundo sabe da existência desse problema. Em saúde é necessário abrir o bolso sem medo. Político pirangueiro não deve ter vez, pois não pensa no bem estar do povo e por isso não investe a quantidade certa. Como saúde é uma área cara por conta de caros equipamentos, é preciso políticos de coragem para investirem.

Sofremos com a demanda excessiva e poucos equipamentos. Como resolver isso?

O Estado deve ser dividido em micro-regiões. Cada micro-região deveria ganhar um pólo de saúde com clínicas que atendam a pacientes em todas as áreas. Cada pólo deve contar com um hospital para urgência e emergência, com todos os equipamentos necessários para esse tipo de atendimento, para que não haja necessidade de levar o paciente para a capital, quando muitos não suportam e morrem em trânsito. Essa solução vai diminuir a demanda na capital e vai gerar qualidade de vida nos interiores. Não basta investir pela metade, é preciso investimento integral, e considerar também os povos dos interiores que muitas vezes não contam com hospitais preparados. Assim, o Estado não centralizará a saúde na capital e o interior ganhará atendimento de qualidade enquanto a demanda na capital diminuirá, porque os pacientes do interior serão atendidos no pólo de saúde mais próximo do interior.

2. Tecnologia da informação

Estamos 100 anos atrasados na tecnologia da informação utilizada na saúde. O cartão, que na empresa privada é bem moderno, de plástico, na saúde pública é um cartão de papel mesmo que não suporta tanto tempo e amassa facilmente. É muito arcaico. O governo deve investir na fabricação de cartões personalizados para cada paciente, mas cartões de qualidade e não em pedaços de papel. Além desse ítem, temos também que investir em um software nacional que cadastre o paciente. O software será interligado e o paciente poderá, com seu cartão, marcar consultas por telefone estando em todo o território nacional. Isso mesmo, a consulta deve ser marcada através do 0800 quando o paciente vai digitar o número do 0800 para ser atendido, o código do Estado e o número do seu cartão para ser atendido e então marcar uma consulta.

Esses são alguns exemplos do que pode ser feito nessa área na administração hospitalar a nível de Brasil.

3. Administração

A administração deve considerar os salários dos profissionais, que tanto reclamam, e aumentar para um salário digno. A gerência deve ser marcada pela excelência, para tanto é imprescindível que haja treinamento para nivelar a gestão a um nível classe A. Esse treinamento deve ser o mesmo para todo o Brasil. Deve haver investimento também para os profissionais da saúde aperfeiçoarem-se. Com salários dignos e treinamento certamente o padrão do serviço aumentará consideravelmente.

4. Prevenção

Só ter equipamentos não adianta. O sistema de saúde no Brasil deve ser inteligente, contando com um projeto arrojado de prevenção. Se existe o SAMU como medida corretiva, deveria existir um serviço móvel de saúde para percorrer as cidades dando palestras sobre saúde. Além do mais, o governo deve ter outros programas permanentes para palestras em saúde. Além disso tudo, deve haver parceria com a educação, pois os colégios devem ter sempre palestras sobre saúde além de contar com uma disciplina sobre saúde que começa no início do ensino fundamental e vai até o final do ensino médio. Com todos entendendo de saúde será bem mais fácil diminuirmos o número de doentes.

Essas são algumas soluções básicas que podem fazer grande diferença para o povo brasileiro.

De uma coisa temos plena certeza: do jeito que está não pode ficar. É preciso melhorar. E espero que não precisemos esperar 150 anos para vermos um sistema de saúde no Brasil que funcione de verdade!

Com um pouco mais de inteligência e boa vontade agente chega lá!

P.S. 1: Essas idéias não são absolutas e podem ser aperfeiçoadas, mas retratam o cerne dos problemas e as suas respectivas soluções.

P.S. 2: Quero deixar registrado que tenho o conhecimento de que essas idéias são aplicadas em parte, mas o fato de nada disso funcionar nos leva a concluir que algo que funciona pela metade não pode ser considerado existente. Portanto, algumas coisas já são feitas, mas para 50% das pessoas, o que é a mesma coisa de dizer que não são feitas para todos. É preciso refazer tudo, porque se o que já está feito não funciona, é porque há muita coisa de errado envolvido. Nada melhor do que desmanchar e refazer com qualidade total.


Win Rodrigues



Win Rodrigues, 30, é cristão, administrador pela UFRN e escritor, autor do livro (teatro).



Extraído do site: http://colunas.digi.com.br

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